Pensou que o primeiro carro elétrico do mundo foi inventado na terra do Tio Sam? Pois é, nesse quesito nós saímos na frente dos norte-americanos. A Gurgel Motores S/A apresentou o primeiro carro elétrico brasileiro 34 anos antes da americana Tesla apresentar o Tesla Roadster.
Na realidade, o primeiro modelo elétrico do mundo foi oficialmente apresentado por Thomas Davenport em 1835 na Europa. Acredite se quiser, os motores elétricos eram facilmente encontrados nos automóveis do final do século XIX, pois eram fáceis de operar e com eles os veículos proporcionavam viagens muito mais confortáveis em relação aos veículos a combustão.
O fundador da Gurgel Motores S/A, João Conrado do Amaral Gurgel, apresentou o Itaipu, o primeiro carro elétrico brasileiro e da América Latina em 1974.
O Itaipú foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 1974. O carro era na verdade um minicarro com capacidade para apenas dois passageiros, e tinha um formato trapezoidal, que até lembra o Cybertruck da Tesla.
O primeiro carro elétrico brasileiro era movido por um motor elétrico de 3,2 kW (equivalente a 4,2 cv) e requeria 10 baterias para funcionar: sendo três na frente, duas atrás dos bancos e mais cinco na traseira. Uma recarga completa levava cerca de 10 horas para terminar, mas com uma carga ele rodava cerca de 60 a 80 km. Atingia a velocidade máxima de 50 km/h. Por ser pequeno, tinha apenas dois lugares, do motorista e do passageiro, tinha espaço apenas para uma bagagem de mão em um vão atrás dos bancos. Portanto, seria útil apenas para o cotidiano na cidade.
A ideia inicial da Gurgel em 1975 era fazer testes nas ruas de Rio Claro, SP, onde ficava a sede da empresa, com 20 unidades do Itaipu. Além dos carros, a proposta da empresa era instalar também pontos de recarga, assim como a americana Tesla fez. Infelizmente, porém, sua baixa autonomia e o longo tempo de recarga não agradou o público na época, e o Itaipu não passou de um protótipo.
Apesar do conceito ser interessante e o Itaipu não ter sido produzido em série, serviu como base para a fabricação do E-400 (foto), um furgão. Este sim foi o primeiro carro elétrico produzido em série no Brasil, entre os anos de 1981 e 1982.
O veículo era oferecido nos modelos de carrocerias furgão e picape. O modelo E-400 tinha capacidade para 400 kg e o E-500 tinha capacidade de 500 kg de carga. A carroceria era feita de fibra de vidro e seu motor elétrico tinha apenas 13,6 cv de potência, mas quando combinado com seu câmbio de quatro marchas (fabricado pela Volkswagen), o E-400 atingia a casa dos 80 km/h.
A velocidade máxima baixa não era o único problema dele. O modelo foi vencido pelos carros com motores a combustão devido ao maior problema dos elétricos daquela época: a combinação de autonomia baixa (apenas 127 km no uso urbano) e a demora na recarga das oito baterias de chumbo-ácido, que levava entre seis e oito horas.
Apenas pequenas quantidades do utilitário foram vendidas, sendo que a maioria dos clientes eram empresas estatais que adquiriram o veículo para integrar suas frotas. Apesar da insistência da Gurgel, o projeto foi abandonado em 1988, mas sua carroceria foi reaproveitada no modelo G-800, que empregava a mecânica VW a ar no lugar do motor elétrico e das baterias.
Depois do último Salão de São Paulo, novas opções de carros elétricos – não confunda com os híbridos – apareceram. Antes, contávamos apenas com uma opção na categoria, o BMW i3, que agora passou a ser um dos mais caros entre as alternativas.
Os preços, no entanto, continuam um pouco salgados em relação aos veículos movidos a combustão. Mas não somos os únicos prejudicados com esse problema, veículos elétricos são mais caros em todo o mundo. Obviamente, por aqui, devido à importação e impostos, os preços são ainda maiores.
Os modelos de carros elétricos disponíveis por aqui atualmente são:
Na lista apresentada pelo site Autopapo dá pra conferir quais são alguns diferenciais e especificações de cada um deles.
Enquanto você não consegue comprar um, se estiver procurando um bom posto de gasolina em Marília, experimente os nossos combustíveis! 😉
Analista de Marketing Digital, Diretor de Arte e Diretor de Conteúdo na Braim Marketing.