Motores turbos, antes presentes apenas em automóveis esportivos ou de luxo, hoje estão se tornando comuns em carros médios. Em média, 20% dos carros no planeta são equipados com este equipamento que aumenta a potência do motor, e por consequência dessa popularização, esse número pode passar dos 30% em cinco anos.
Mas como todo equipamento mecânico, o motor turbo merece atenção.
Para explicar como funciona um turbocompressor, veja a imagem abaixo:
O seu rotor pode girar a até 200.000 RPM (rotações por minuto) e sua temperatura pode chegar aos 1000ºC. Muita coisa, não? Mas não se preocupe, pois os motores turbo são projetados para resistir à essas situações.
Os fabricantes testam o motor turbo que vai no seu carro nas situações mais extremas em que o veículo pode passar, justamente para evitar algum tipo de problema. Por outro lado, o proprietário também pode manter tudo isso funcionando corretamente. E para ajudá-lo a manter seu equipamento em dia, vamos listar aqui algumas dicas fáceis para você usar no seu dia-a-dia.
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Todo mundo já sabe que verificar regularmente o nível do óleo do motor e realizar a troca conforme o manual do fabricante é indispensável. Agora, donos de carros com motores turbo devem redobrar a atenção para com o nível do óleo. Alguns fabricantes informam em seus manuais que o motor pode consumir até 1 litro de lubrificante a cada 1000km rodados. Parece muito, mas o motor turbo tende a baixar mais o nível do óleo em comparação aos demais tipos.
É importante essa atenção à troca de óleo porque como o lubrificante também passa pelo turbocompressor, caso o óleo seja velho, ele pode obstruir os dutos do equipamento, impedindo o arrefecimento do turbo e desgastando prematuramente a peça.
Se você possui um carro com motor turbo, ao ligá-lo, geralmente de manhã, evite levar o motor à altas rotações enquanto ele não estiver em uma temperatura ideal. Se possível, não ultrapasse os 2.500 RPM até que ele esquente. Em motores mais modernos, o próprio turbocompressor possui um gerenciador térmico que ajuda a acelerar o aquecimento do bloco, mas mesmo assim é bom não ficar nas rotações altas.
Por um outro lado, o turbo, quando está muito quente, tem um impacto negativo no desempenho do motor. O propósito do equipamento é aumentar e melhorar a admissão de ar frio para o sistema de injeção, e caso o turbo estiver muito quente, o motor não terá o desempenho melhorado.
Uma outra dica térmica que ajudará você a cuidar melhor do seu motor turbo, é deixar o motor ligado para esfriar. Se você andou por horas com seu carro, o ideal é que você deixe-o ligado e parado por alguns minutos. Assim, o líquido de arrefecimento do motor continua circulando e ajuda na refrigeração do motor, evitando que o óleo que circula no turbo fique muito quente.
Em motores mais modernos, como é o caso do THP, o sistema de arrefecimento continua funcionando mesmo depois que o motor é desligado, o que torna a prática de deixar o carro ligado desnecessária.
Se o seu carro é manual ou você utiliza o modo manual do câmbio automático, evite deixar o motor em rotações baixas. Geralmente, o motor turbo com injeção direta entrega o torque muito cedo e isso faz com que o motorista troque de marcha antecipadamente, deixando o motor em baixas rotações.
Mesmo que seja uma prática para forçar o motor a trabalhar e assim consumir menos combustível, fazer o turbo trabalhar nessas condições pode diminuir a durabilidade de seus componentes.
Turbo-lag é o atraso para que o turbocompressor comece a surtir efeito, e mesmo nos motores com injeção direta, esse atraso pode ocorrer.
Quando estiver passando em um quebra-molas, ou quando for acelerar depois de reduzir a velocidade, cuidado para não pisar até o final no acelerador, pois você poderá se assustar com a força e com a velocidade que o carro terá depois que passar o turbo-lag.
Fonte: Quatro Rodas
Analista de marketing e produtor de conteúdo.